A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) perdeu mais um processo contra o jornalista Leonel Camasão (PSOL). Ela havia denunciado o ativista e outras pessoas à Polícia Federal pelo crime de “violência política de gênero”. A Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça entenderam, de forma unânime, não ter havido qualquer crime na conduta de Leonel Camasão.

Camasão criticou a deputada por uma foto publicada nas redes sociais, em março de 2023, em que Julia Zanatta aparece segurando uma arma de grosso calibre. A publicação foi interpretada por muitas pessoas como uma ameaça velada à vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A decisão da Polícia Federal não me surpreende, pois era evidente não ter qualquer indício de crime na crítica que fiz a deputada. Essa é a liberdade de expressão que eles defendem: toda a liberdade para eles, nenhuma liberdade para os adversários”, avaliou Camasão.

Além desta denúncia falsa de violência política de gênero, Zanatta utilizou a mesma publicação de Camasão para mover outros dois processos judiciais contra o jornalista. No primeiro, ela pediu R$ 10 mil em uma ação de danos morais. Ela perdeu a ação em primeira instância (processo TJSC nº 5013876-09.2023.8.24.0091). A segunda ação foi na esfera criminal, por difamação (processo TJSC nº 5077136-70.2023.8.24.0023), e ainda aguarda julgamento.

Julia Zanatta com o diretor do “Razão”, Lorran Barentin, condenado por tráfico de drogas.

Além destas três ações, Zanatta também entrou com uma queixa-crime contra Camasão (processo TJSC nº 5000742-75.2024.8.24.0091), após o jornalista divulgar que a deputada pagou R$ 5 mil a um jornal de Tijucas, onde o proprietário é um traficante de drogas condenado pela Justiça. Ela chegou a visitar a sede do jornal e fazer fotografias com Lorran Barentin, diretor do “jornal” Razão. Camasão ainda não foi notificado deste proceso.

Além dos quatro processos movidos por Zanatta, Camasão enfrenta mais duas ações, movidas pelo senador Jorge Seif, também do PL, e pelo bilionário Luciano Hang, das lojas Havan. Seif jé perdeu em primeira instância, mas recorreu. Hang venceu na comarca de Brusque, mas Camasão também recorreu ao TJSC.