A Câmara de Florianópolis rejeitou uma homenagem proposta pelo vereador Leonel Camasão (PSOL) aos servidores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inocentados no caso conhecido como “Levante do Bosque”. A moção de aplauso tinha como objetivo servir de reparação a Paulo Marcos Borges Rizzo, Sônia Weidner Maluf, Paulo Pinheiro Machado, Wagner Miqueias Damasceno e Dilton Mota Rufino.
O “Levante do Bosque” foi um protesto estudantil em 2014 contra a repressão policial na UFSC. Na ocasião, um estudante foi preso por um policial federal a paisana dentro do campus, por estar portando uma quantidade insignificante de maconha. Estudantes iniciaram um protesto contra a prisão arbitrária, já que ser usuário de qualquer droga não considerado crime. A PF reagiu de forma violenta e autoritária, utilizando bombas de gás lacrimogênio e chamando reforços da Polícia Militar.
Os servidores citados na moção tentaram mediar o conflito e impedir a violência contra estudantes. Como retaliação, foram processados pelo Ministério Público Federal por “improbidade administrativa”, numa clara perseguição judicial contra a universidade. O juiz Leonardo Cacau Santos La Bradbury inocentou os servidores após oito anos dos fatos.
“Por oito anos, estes servidores e suas famílias conviveram com a apreensão por conta dos processos, assim como a exposição pública de seus nomes na imprensa vinculados a suposto crime, jamais cometido”, avaliou Camasão.
Apesar do placar favorável de oito a seis, a medida precisava de maioria simples (12 votos) para ser acatada. Além de Camasão, votaram a favor os vereadores Afrânio Boppré (PSOL), Carla Ayres (PT), Claudinei Marques (Republicanos), Dalmo Meneses (UB), Maykon Costa (PL), Marquito (PSOL) e Roberto Katumi (PSD).
Sob o argumento de que não aprovariam homenagem a “maconheiros”, votaram contrários à homenagem os vereadores Adrianinho (Republicanos), Bericó (UB), Diácono Ricardo (PSD), Gemada (Podemos), Manu Vieira (Novo) e Marquinhos (PSC). Maryanne Mattos (PL) e João Luiz da Bega (PSC) se abstiveram.
