A nomeação de Rafael Nogueira para a presidência da Fundação Catarinene de Cultura tem gerado grande desgaste ao governador Jorginho Mello (PL-SC). Até figuras mais alinhadas à direita e ao bolsonarismo, como os colunistas Renato Igor, da NSC, e Cacau Menezes, da NDTV, se posicionaram contra a nomeação do discípulo de Olavo de Carvalho para o comando da cultura catarinense. Listei abaixo 7 motivos para exonerar Rafael Nogueira da FCC.
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1. Rafael Nogueira não tem qualquer relação com Santa Catarina. Nunca viveu aqui e não conhece o setor cultural do Estado. Em uma entrevista, se disse próximo da cultura local por ser “devoto da Santa Catarina de Alexandria“, algo absolutamente irrelevante para alguém presidir nossa Fundação.
2. Sua nomeação tem um único objetivo: agradar o extremismo de direita. Olavista e defensor da monarquia, Nogueira é um aceno do governador Jorginho Mello para a base bolsonarista, enquanto o próprio governador tenta emplacar seus interesses com o governo Lula.
3. O histórico de Rafael Nogueira é de agressões a setores marginalizados, como pessoas gordas e indígenas. Em mais de uma oportunidade, atacou a maior festa popular do país, o Carnaval. Chegou a vincular a festa a propagação de infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis e AIDS e dizer que o Brasil se torna “uma cloaca fedida” na época de Carnaval. Confrontado com os fatos, agiu covardemente e deletou seu twitter, para apagar as provas.
4. Ele já associou artistas importantes do país ao analfabetismo. “Livros didáticos estão cheios de músicas de Caetano Veloso, Gabriel O Pensador, Legião Urbana. Depois não sabem por que está todo mundo analfabeto”, afirmou, em 2017.
5. Rafael Nogueira é vinculado ao Brasil Paralelo, empresa de mídia que tenta reescrever a hitória do Brasil a partir de revisionismo fraudulento e charlatanismo pseudocientífico. A empresa é a maior anunciante brasileira do Facebook, tentando angariar apoio de milhões de brasileiros para a distorção dos fatos históricos, justificando as posições neofascistas do bolsonarismo.
6. Rafael Nogueira chegou à vida pública indicado por Roberto Alvim, ex-secretário e Cultura do governo Bolsonaro que imitou um discurso de Joseph Goebbels, ministro de propaganda de Hitler.
7. Os trabalhadores e produtores culturais estão apreensivos com a nomeação. Com um extremista no comando, temem que os recursos destinados à produção cultural passem a ser utilizados a partir de critérios ideológicos, privilegiando figuras e projetos alinhados ao revisionismo histórico.
Devemos continuar pressionado o governo contra o aparelhamento ideológico da cultura catarinense. Fora Rafael Nogueira!