Por Leonel Camasão

A extrema-direita catarinense vem apostando numa nova tática para manter a polarização e deixar sua base em posição de alerta: a aprovação de leis, decretos e medidas sabidamente ilegais, em nível municipal e estadual.

Os alvos? Como sempre, os mais vulneráveis. Medidas contra pessoas transexuais, decretos e leis que institucionalizam a perseguição de professores nas escolas, proibição de eventos culturais, ações anticientíficas contra vacinação infantil, internação ilegal de pessoas em situação de rua.

O absurdo é tanto que criaram um “bônus” para guardas municipais que flagram pessoas com drogas! O “kit-flagrante” será recompensado com dinheiro público!

A Mostra de Cinema Transforma, que já havia passado por censura da Fundação Catarinense de Cultura (derrubada no judiciário), voltou a ser alvo de censura em Rio do Sul, causando grande repercussão negativa para o Estado. Denunciamos o Prefeito ao Ministério Público para que responda por seus atos.

Até mesmo o direito à manifestação foi atacado, em Blumenau, quando a Câmara Municipal aprovou uma lei para tentar impedir a realização da Marcha da Maconha, movimento que defende a descriminalização do comércio da planta.

Felizmente, a Marcha ocorreu sem nenhum incidente. Curiosamente, a “Alemanha sem passaporte” vai na contramão da Alemanha de verdade, que acabou de legalizar o uso recreativo da cannabis.

O Diretório Estadual do PSOL vem atuando, como pode, para barrar essas medidas autoritárias, ilegais, e que fazem de Santa Catarina uma espécie de laboratório do neofascismo no país.

Temos consciência de que a cada vitória judicial, acirra-se a polarização, já que a narrativa tresloucada de “ditadura do judiciário” ganha mais força.

Mas que opção temos?

Permitir a institucionalização do crime e a destruição da Constituição da República e dos direitos fundamentais?

Iremos resistir aos absurdos ilegais aprovados por maiorias oportunistas, que visam apenas manter o público em estado de terror para angariar votos e apoio para uma ruptura institucional. Por tudo isso, é fundamental a punição exemplar dos golpistas do 8 de janeiro.

As instituições sérias desse país estão resistindo ao golpismo e a ditadura que estas figuras tanto tem saudade.

Não iremos permitir!